31 março, 2015

TERREIROS DO BRASIL! ...na década dos afrodescendentes, socorro ONU!



O Povo de Terreiro do Estado do Rio Grande do Sul entrou o ano do Ogun em guerra contra o racismo e a intolerância religiosa e tem demonstrado unidade e resistência. 

Mexer com o sagrado de matriz africana é mexer com um povo culto e de conhecimento, um povo que tem sua diplomacia. Reis e rainhas de pequenos territórios africanos em terras brasileiras. Uma proposta politica de humanidade para humanidade. Nosso conhecimento é milenar e não se prende ao saber acadêmico ocidental, mas uma academia ancestrálica de vivencia tão complexa que se retorna a massa de origem (morre) e não se é diplomado. É disso que o sistema racista, capitalista do nosso País tem medo. Do principio da coletividade e da igualdade e humanidade que preservamos nestes espaços.  

Tudo que ouvimos dos ditos defensores de animais nas duas audiências publicas realizadas na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul nos últimos dias 24 e 25 de março com uma mobilização de quase três mil Autoridades Civilizatórias de Matriz Africana, se estivéssemos num País sério, eles estariam todos na cadeia, sairiam presos! Mas infelizmente estamos à mercê de uma justiça e um poder que não consegue livrar-se da hegemonia da CRUZ, a mesma cruz que foi, e é até hoje responsável pelo genocídio do nosso povo. 


Frases como “preferimos matar um ser humano que um animal”, ou gritos nos chamando de “assassinos e filhos da puta”, e inclusive uma manifestação pública dizendo que a Deputada Manuela Davila deveria perder seu filho que esta gestando, para aprender a valorizar a vida. 

O que estamos passando aqui está orquestrado para acontecer em todo o País! Eles não vão parar! Estamos em guerra!

O Brasil precisa saber disto!



Agora a infeliz deputada, ameaça chamar um plebiscito sobre sacrifício de animais, rasga a constituição, rasga o tratado de Durban, rasga o Estatuto da Igualdade Racial, rasga todos os pactos internacionais dos quais o Brasil é signatário. Não existe autoridade maior do que um deputado neste País que possa fazer valer a Lei?

Este povo que protagoniza esta vergonha, é o mesmo povo que defende a redução da maioridade penal, que vai para as ruas protestar e bater panelas contra a democracia pedindo a volta do regime militar. São os Sinhozinhos e as sinhás contemporâneas. É mesmo povo que monta um exercito, chamado “Gladiadores do Altar” que possui página na internet e perfil nas redes sociais e nenhuma medida é tomada para barra-los. Pessoas de Terreiro já estão sendo agredidas nas ruas em nome deles.

A manifestação do povo de terreiro encerrou ontem com uma grande caminha até o largo da Prefeitura de Porto Alegre, pois o PL 21/2015 é uma proposta da Deputada Estadual que é Primeira Dama do Município de Porto Alegre, que nesta semana negou junto com a maioria dos vereadores da câmara municipal, mais uma vez o feriado de 20 de novembro reafirmando seu racismo.    


Um abraço de costa foi o nosso protesto. O prefeito mandou que todas as luzes fossem desligadas, foi assim que recebeu a multidão de Pais e Mães de Santo, cidadãos e cidadãs gaúchos. 





E a mídia trata esta multidão como um grupo de Umbandistas e faz vistas grossas para o comportamento do executivo.

Vivemos num Pais de negação de direitos e acesso ao bem publico para Povo Negro e Povo de Terreiro. Não conseguimos ainda desatar as amarras do racismo. 




Para ocuparmos o Teatro Dante Barone na sua integralidade, precisamos invadir, pois as porta foram fechadas antes de sua lotação. Ouve reserva de cadeira com cordão de isolamento e segurança para o “grupelho” de ativistas fanáticos que se dizem defensores da vida, ou seja, reprodução do “Apartheid” da África do Sul. 






Estamos em Guerra e Não vamos parar!

Unidos somos fortes!

Quem é de axé, diz que é!

Quem é de Axé, quem Saravá, vem com a gente!






Baba Diba de Iyemonja
Presidente do Conselho do Povo de Terreiro do Estado do RS
Coordenador Estadual da Renafro-Saude –RS
Vice Presidente do Africanamente – Centro de Pesquisa, resgate e Preservação de Tradições Afrodescentes.




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